Casa Branca reafirma permanência de Elon Musk no governo, apesar de rumores sobre saída

A Casa Branca confirmou nesta quarta-feira (2) que Elon Musk continuará no cargo de funcionário especial do governo para concluir sua missão de reduzir os gastos federais e reformular a burocracia. A declaração desmentiu reportagens da ABC News e do Politico, que afirmavam que o bilionário estaria prestes a deixar o posto e retornar ao setor privado.

Musk foi nomeado pelo presidente Donald Trump para comandar o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), criado para cortar custos e enxugar a máquina pública. Seu mandato atual é de 130 dias e está previsto para se encerrar no final de maio.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Musk permanecerá no cargo até concluir seu trabalho. “Elon Musk e o presidente Trump já deixaram claro que ele sairá do serviço público assim que sua missão no Doge for finalizada”, disse Leavitt.

Revés eleitoral e impactos no mercado

Na terça-feira (1º), Musk e Trump sofreram uma derrota política quando uma juíza liberal venceu as eleições para a Suprema Corte de Wisconsin, derrotando um candidato conservador apoiado pelo bilionário. O resultado foi interpretado como um indicativo da reação pública às políticas da atual administração e ao programa de cortes do Doge.

No mercado financeiro, a incerteza sobre a permanência de Musk teve reflexos nas ações da Tesla. Os papéis da empresa, que começaram o dia em queda de mais de 6%, reverteram a tendência e subiram cerca de 5% na tarde desta quarta-feira, impulsionados pela confirmação da Casa Branca.

Corte de gastos e controvérsias

Desde que assumiu o Doge, Musk estabeleceu como meta a redução de US$ 1 trilhão nos gastos federais. Segundo o site oficial do órgão, até o dia 2 de abril, foram economizados cerca de US$ 140 bilhões por meio de demissões, venda de ativos e cancelamento de contratos. No entanto, especialistas questionam a precisão desses números, apontando erros e correções frequentes nas estimativas divulgadas.

O plano de cortes tem gerado forte oposição. Cerca de 200 mil funcionários do governo já foram demitidos, estão na lista de cortes ou aceitaram saídas voluntárias. Parlamentares republicanos enfrentam a insatisfação dos eleitores, e diversos processos judiciais contestam as medidas do Doge.

A resistência também se reflete em protestos. Concessionárias da Tesla foram alvo de vandalismo, e uma grande manifestação contra as demissões promovidas pelo Doge e a agenda de Trump está programada para o próximo sábado (5).

Enquanto isso, o futuro do departamento ainda é incerto. O mandato do Doge vai até julho de 2026, mas muitos membros da equipe são ligados diretamente a Musk e não confirmaram se permanecerão no governo após sua eventual saída.