12/05/2024 01:15:00 PM
Na manhã desta quinta-feira (5), o primeiro-ministro da França, Michel Barnier, apresentou sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron. Apesar do pedido, Macron solicitou que Barnier permanecesse no cargo até que um sucessor seja nomeado.
A renúncia foi motivada pela derrota de Barnier em uma votação de desconfiança no Parlamento, onde 331 dos 577 parlamentares votaram contra seu governo. Com isso, Barnier encerra seu mandato iniciado em setembro, tornando-se o premiê com o período mais curto na história da França. A última vez que um governo francês caiu por um voto de desconfiança foi em 1962.
Contexto da crise
A crise começou na última segunda-feira (2), quando Barnier tentou aprovar parte do Orçamento de 2025 por meio de um mecanismo constitucional controverso, que evitava a necessidade de uma votação parlamentar.O projeto de Orçamento, elaborado para reduzir o déficit fiscal da França, previa medidas impopulares, como aumentos de impostos, cortes de gastos e o adiamento de ajustes das pensões à inflação. A meta do governo era reduzir o déficit público para 5% em 2025 e, posteriormente, alinhar-se às regras fiscais da União Europeia até o final da década.
A manobra de Barnier foi duramente criticada pela oposição, que aproveitou a oportunidade para apresentar moções de desconfiança. A derrota no Parlamento selou o destino do premiê, evidenciando a fragilidade de seu governo e a dificuldade de construir consensos em um cenário político polarizado.
Barnier deixa o cargo enquanto o governo francês enfrenta uma das maiores crises políticas das últimas décadas, com desafios fiscais e uma profunda divisão entre os partidos no Parlamento.
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