11/14/2024 05:22:00 PM
O governo de Nicolás Maduro condenou nesta quinta-feira (14) os atentados registrados em Brasília no dia anterior e manifestou apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A República Bolivariana da Venezuela expressa sua firme condenação aos atentados ocorridos no dia 13 de novembro de 2024 na Praça dos Três Poderes, em Brasília, cujo objetivo é desestabilizar a paz do governo e suas instituições”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela em comunicado oficial. A chancelaria venezuelana também expressou “solidariedade absoluta ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao povo brasileiro”.
O comunicado venezuelano alertou ainda para o que considera um avanço de uma “onda fascista e antidemocrática”, que, segundo o texto, é alimentada pela extrema-direita mundial através de redes sociais e outros meios de comunicação para gerar instabilidade e caos social na região.
No pronunciamento, o governo de Maduro destacou seu “compromisso com os princípios de irmandade e fraternidade” e reiterou seu desejo de que a América Latina continue sendo “uma zona de paz”.
A referência à “onda fascista” e à extrema-direita incluiu uma crítica velada à oposição venezuelana, que, para o governo Maduro, é representada por lideranças como María Corina Machado e Edmundo González. Este último, que declarou vitória nas últimas eleições, teve sua prisão decretada e se encontra asilado na Espanha.
A nota do governo venezuelano foi divulgada pouco depois do anúncio de que o embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, retornaria a Brasília. Vadell havia sido convocado para Caracas como protesto diante do que o governo Maduro considerou declarações “intervencionistas” feitas por representantes do governo brasileiro.
Essa medida do governo venezuelano ocorreu após o Brasil vetar a entrada da Venezuela nos BRICS, o grupo de países emergentes, durante uma cúpula realizada na Rússia.
O retorno do embaixador foi confirmado dois dias após Maduro elogiar uma declaração de Lula em entrevista à RedeTV, onde o presidente brasileiro afirmou que não deveria questionar decisões do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela. O contexto envolve a recente ratificação da suposta vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho.
Maduro elogiou o que chamou de “reflexão sábia” de Lula, ressaltando que cada país deve resolver seus próprios problemas de forma soberana. Em sua entrevista, Lula destacou que “Maduro é um problema da Venezuela, não do Brasil” e defendeu que não tem o direito de questionar as decisões da Suprema Corte de outro país, afirmando que o mesmo respeito deve ser dado às decisões da Justiça brasileira.
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