11/07/2024 01:27:00 PM
Após o fechamento das urnas no Alasca às três da manhã de quarta-feira (6), pelo horário de Brasília, a projeção de que Donald Trump seria o próximo presidente dos Estados Unidos foi anunciada quatro horas e meia depois, destacando a agilidade desta eleição. Essa rapidez, no entanto, é considerada uma exceção na história das eleições norte-americanas. Em outras ocasiões, como em 2020, o processo de apuração foi mais demorado, com os americanos aguardando quatro dias até a definição do novo ocupante da Casa Branca.
Apesar da agilidade em 2024, especialistas apontam que a velocidade observada foi circunstancial e não representa uma mudança definitiva no sistema de contagem de votos nos EUA. Trump conquistou uma vantagem substancial nos principais estados decisivos — com maioria em pelo menos cinco deles. Os outros dois, Arizona e Nevada, seguem em contagem, mas também mostram uma tendência favorável ao candidato republicano. Essa ampla margem facilitou projeções antecipadas, tornando matematicamente improvável uma reviravolta da candidata democrata, Kamala Harris.
A Geórgia, um dos estados-chave, implementou melhorias no processo de contagem. Após as controvérsias em 2020, quando Donald Trump questionou os resultados, as autoridades locais ampliaram sua estrutura de apuração e equipe para evitar novas dúvidas. Segundo o cientista político Leandro Consentino, a ampla vantagem de Trump nos estados decisivos foi o principal fator para a velocidade nas projeções, enquanto as mudanças estruturais na contagem tiveram influência limitada.
Outro elemento que contribuiu foi o aumento expressivo de votos antecipados, tanto pelo correio quanto de forma presencial, antes do dia da eleição. Em 2024, esse número chegou a 78 milhões de cédulas, um crescimento de 44% em comparação a 2020. Embora a contagem desses votos só tenha começado em 5 de novembro, a organização prévia pode ter facilitado as projeções. Mesmo assim, Consentino observa que ainda não há dados suficientes para confirmar que o aumento do voto antecipado tenha realmente acelerado a divulgação dos resultados deste ano.
Este cenário sugere que a rapidez na apuração de 2024 foi impulsionada por circunstâncias pontuais e não por uma mudança estrutural no processo eleitoral dos Estados Unidos.
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