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Ucrânia se prepara para negociações de paz enquanto aguarda postura de Trump sobre o fim da guerra


À medida que a possibilidade de Donald Trump retornar à presidência dos Estados Unidos se aproxima, a Ucrânia se prepara para as possíveis negociações de paz, buscando garantir uma posição estratégica, tanto em termos militares quanto diplomáticos. O país intensifica seus esforços no campo de batalha e solicita mais apoio armamentista para fortalecer sua posição nas futuras discussões de encerramento do conflito.

Fontes ucranianas afirmam que os próximos meses serão decisivos. Com a iminente posse de Trump, prevista para 20 de janeiro, as autoridades de Kiev estão particularmente atentas às declarações do republicano, que promete encerrar a guerra de forma rápida, embora sem detalhar como isso seria possível. “Este inverno será crucial… Esperamos que a guerra esteja se aproximando do fim, e é agora que definiremos as posições iniciais nas negociações”, afirmou uma autoridade ucraniana, que pediu anonimato para discutir questões sensíveis.

O governo ucraniano está aguardando os primeiros movimentos de Trump, especialmente suas escolhas para cargos chave de segurança e defesa, para avaliar a direção de sua política em relação à Ucrânia. Trump já descartou a nomeação de figuras como o ex-secretário de Estado Mike Pompeo, visto como pró-Ucrânia em Kiev.

Enquanto isso, as forças russas avançam em algumas regiões com o ritmo mais intenso desde 2022, apesar das pesadas perdas sofridas. A Ucrânia relatou recentemente confrontos com cerca de 11.000 soldados norte-coreanos enviados para a região russa de Kursk. O desgaste das forças ucranianas e a escassez de recursos humanos têm levado à perda de parte do terreno conquistado, incluindo áreas tomadas durante uma incursão em Kursk em agosto. O presidente Volodymyr Zelensky sugeriu que essas áreas poderiam ser usadas como moeda de troca nas futuras negociações.

Embora o sistema de energia da Ucrânia ainda funcione, há receios de novos ataques russos à infraestrutura energética do país. Os ataques a Kiev continuam quase todas as noites, mas há especulações de que a Rússia possa evitar maiores danos à cidade para não prejudicar as relações com a nova administração de Trump.

Zelensky, após um telefonema com Trump no início de novembro, afirmou que um fim rápido da guerra provavelmente resultaria em grandes concessões para a Ucrânia, algo que o governo ucraniano não está disposto a aceitar sem garantias claras de segurança. Zelensky também criticou a ideia de um cessar-fogo sem condições concretas que impeçam a Rússia de lançar uma ofensiva ainda mais agressiva no futuro. “É um desafio aterrador para nossos cidadãos. Como podemos aceitar um cessar-fogo sem garantias?” disse Zelensky, aparentemente se referindo ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que havia sugerido uma pausa nas hostilidades.

O Kremlin, por sua vez, afirmou que o presidente Vladimir Putin está disposto a discutir o futuro da guerra com Trump, mas que suas exigências permanecem as mesmas. Putin estabeleceu, em junho, os termos para um possível fim do conflito, incluindo a retirada das tropas ucranianas de territórios ocupados por Moscou e a desistência da Ucrânia em sua busca por adesão à Otan.

Enquanto isso, Zelensky continua a pressionar por mais apoio dos Estados Unidos, com um “plano de vitória” que inclui a permissão para atacar alvos militares mais profundos na Rússia, a adesão à Otan e o fornecimento de armamentos mais potentes para a Ucrânia. A expectativa em Kiev é de que as decisões dos próximos meses definam o rumo da guerra e das negociações de paz.

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