11/13/2024 05:32:00 PM
O governo brasileiro acompanha com preocupação as recentes nomeações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para cargos de destaque na política externa, especialmente pela possibilidade de agravamento do conflito no Oriente Médio.
Fontes diplomáticas indicam que os novos indicados para o segundo mandato de Trump apresentam uma postura mais “acentuada” em apoio a Israel e mostram maior alinhamento ao governo de Benjamin Netanyahu. Entre os nomeados estão Marco Rubio, previsto para ocupar o cargo de Secretário de Estado, e Elise Stefanik, indicada para representar os Estados Unidos na ONU.
Segundo interlocutores do Itamaraty, ainda é prematuro prever o impacto das novas diretrizes americanas na região, mas há sinais de uma parceria mais estreita entre Estados Unidos e Israel, o que poderia levar a um aumento na colaboração militar e de inteligência. A expectativa é que Israel se sinta mais livre para intensificar suas ações, contando com o apoio americano.
Outro ponto em debate é a questão da ajuda humanitária, que pode ser afetada pela postura mais rígida de Israel. Em novembro, o parlamento israelense aprovou uma legislação que impede a atuação da UNRWA, principal agência de assistência da ONU para refugiados palestinos, dentro do território israelense, o que acende um alerta para a continuidade da assistência internacional na região.
O cenário atual é visto como diferente do primeiro mandato de Trump, quando o então presidente mediou a assinatura dos Acordos de Abraão, que abriram espaço para a normalização das relações entre Israel e diversos Estados árabes, como os Emirados Árabes Unidos. Apesar de ainda bem recebido por Israel, o acordo perdeu força com a escalada dos conflitos após o ataque do Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023.
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