Promotor entra com ação contra grupo de Elon Musk para bloquear loteria de US$ 1 milhão a eleitores

Nesta segunda-feira (28/10), a Promotoria Pública da Filadélfia entrou com uma ação judicial para bloquear um comitê de ação política vinculado ao bilionário Elon Musk de conceder 1 milhão de dólares a eleitores registrados em estados-chave antes da eleição de 5 de novembro. A queixa, apresentada pelo promotor principal do Tribunal de Pleitos Comuns do Condado da Filadélfia, classifica a oferta do America PAC, que apoia o ex-presidente republicano Donald Trump, como uma “loteria ilegal”, que incentiva os residentes da Pensilvânia a compartilhar informações pessoais.

Lawrence Krasner, o promotor da maior cidade da Pensilvânia, um bastião democrata, argumentou que os prêmios infringem as leis estaduais de proteção ao consumidor. Em sua queixa, ele alertou que “se não for impedido, o esquema de loteria prejudicará irreparavelmente os habitantes da Filadélfia e outros na Pensilvânia, comprometendo o direito do público a uma eleição livre e justa”.

Em resposta ao processo, um porta-voz do America PAC direcionou a imprensa para uma publicação recente no X (antigo Twitter), onde foi mencionado um morador de Michigan que ganhou o prêmio de 1 milhão de dólares, além de anunciar que outros prêmios seriam distribuídos diariamente até a data da eleição.

A Pensilvânia é um dos sete estados cruciais que decidirão a eleição presidencial entre Trump e a vice-presidente democrata, Kamala Harris. O vencedor do estado receberá 19 votos eleitorais, essenciais para alcançar os 270 necessários para a vitória.

Além disso, o Departamento de Justiça enviou uma carta ao America PAC alertando que os prêmios oferecidos por Musk aos eleitores que assinarem uma petição sobre liberdade de expressão e direitos às armas podem violar a legislação federal, conforme reportado na semana passada. Especialistas jurídicos entrevistados pela Reuters apresentaram opiniões divergentes sobre a legalidade do prêmio, considerando que pode haver infrações nas leis federais que proíbem pagamentos a indivíduos para que se registrem para votar.

A campanha de Trump depende fortemente de grupos externos para mobilizar eleitores, tornando o super PAC fundado por Musk, um dos homens mais ricos do mundo, um ator crucial em uma eleição que promete ser bastante competitiva.