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ONU denuncia invasão israelense em base no Líbano e violação de resolução internacional

Tanques israelenses forçam entrada em instalação da UNIFIL, agravando tensões na região; 15 soldados de paz são afetados por fumaça tóxica


As forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Líbano relataram que as Forças de Defesa de Israel (IDF) invadiram uma de suas posições no sul do país neste domingo (13/10), em uma ação que foi descrita como uma violação do direito internacional. Segundo a Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL), dois tanques Merkava das IDF destruíram o portão principal de uma base da ONU por volta das 4h30 da manhã e entraram à força na instalação.

De acordo com a UNIFIL, os soldados de paz estavam em abrigos quando a invasão ocorreu e protestaram por meio de um mecanismo de comunicação com Israel. A ONU afirmou que as IDF colocaram seus soldados em risco, violando as resoluções internacionais. A UNIFIL qualificou o incidente como uma “violação flagrante” da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, implementada em 2006 para monitorar o cessar-fogo após o conflito entre Israel e o Hezbollah. O governo israelense ainda não respondeu oficialmente ao incidente.

Além disso, a UNIFIL relatou que 15 soldados foram afetados por outro incidente horas depois, quando uma fumaça de origem desconhecida atingiu o acampamento, causando irritações na pele e problemas gastrointestinais.

Este episódio ocorre em meio a uma escalada nas tensões na fronteira entre Israel e Líbano, enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pede a retirada das forças de paz da ONU de áreas de combate, argumentando que elas servem de escudo humano para o Hezbollah. O grupo libanês, apoiado pelo Irã, nega essas alegações, enquanto Israel mantém ofensivas contra suas posições, intensificadas desde o início da guerra de Gaza, quando o Hezbollah começou a lançar foguetes contra o território israelense.

Nas últimas semanas, a UNIFIL tem sido alvo de vários ataques, atribuídos principalmente a forças israelenses, resultando em ferimentos para cinco soldados de paz. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, cujo país contribui com mais de mil soldados para a missão da ONU, condenou os ataques e classificou-os como “inaceitáveis”. França e Espanha, que também mantêm centenas de soldados na UNIFIL, emitiram declarações semelhantes.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, reiterou no domingo que o governo israelense havia proibido a entrada do Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, no país, acusando-o de parcialidade ao não condenar adequadamente o Irã por um ataque recente com mísseis.

A UNIFIL foi criada em 1978 para monitorar a paz no sul do Líbano, região marcada por décadas de conflito. As autoridades israelenses afirmam que a missão fracassou em cumprir seu objetivo de garantir que a fronteira esteja livre de armamentos e forças que não sejam do governo libanês. O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, também expressou preocupação sobre os recentes relatos de ataques israelenses a posições da ONU, pedindo que Israel garanta a segurança das forças de paz e do exército libanês, que não está diretamente envolvido no conflito entre Israel e o Hezbollah.

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