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Macron defende interrupção no envio de armas e apela por solução política para o conflito em Gaza

Presidente francês pede fim da escalada de violência no Oriente Médio


O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou neste sábado (05/10) que é crucial interromper o envio de armas utilizadas no conflito em Gaza, como parte de um esforço mais amplo para alcançar uma solução política para a crise na região. A França, que não é um grande fornecedor de armas para Israel, enviou equipamentos militares avaliados em US$ 33 milhões no último ano, conforme o relatório anual de exportações de armas do Ministério da Defesa francês. “Acredito que a prioridade hoje é retornar a uma solução política e que as armas utilizadas nos combates em Gaza sejam interrompidas. A França não envia nenhuma”, declarou Macron à rádio France Inter.

Macron enfatizou ainda a necessidade de evitar uma escalada do conflito e alertou sobre os riscos para o Líbano: “O povo libanês não deve ser sacrificado, o Líbano não pode se tornar outra Gaza”, acrescentou o presidente.

Essas declarações de Macron coincidem com a viagem de quatro dias do ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, ao Oriente Médio, com o objetivo de promover o diálogo diplomático. A visita, que se encerra na próxima segunda-feira (07/10), inclui paradas em Israel.

A escalada recente dos conflitos na região teve um marco importante no dia 1º de outubro, com um ataque de mísseis do Irã a Israel, ampliando as tensões regionais. De um lado, Israel conta com o apoio dos Estados Unidos, enquanto do outro está o chamado Eixo da Resistência, que recebe suporte militar e financeiro do Irã e é formado por uma coalizão de grupos paramilitares.

Atualmente, há sete frentes de conflito ativas no Oriente Médio, envolvendo o Irã, o Hamas (na Faixa de Gaza), o Hezbollah (no Líbano), o governo da Síria e milícias no país, os Houthis (no Iêmen), grupos xiitas no Iraque e diversas organizações militantes na Cisjordânia. Israel mantém presença militar em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Gaza, enquanto realiza bombardeios aéreos nas demais.

A tensão se intensificou no Líbano no final de setembro, após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, durante um bombardeio israelense em Beirute. A operação israelense resultou na morte de grande parte da liderança do Hezbollah, e o Líbano viveu em 23 de setembro o dia mais letal desde 2006, com mais de 500 mortes. Entre as vítimas, estavam dois adolescentes brasileiros, o que levou o Itamaraty a condenar a violência e a solicitar o fim do conflito. O Brasil também anunciou uma operação para repatriar seus cidadãos no Líbano, diante da escalada das hostilidades.

Em paralelo, na Cisjordânia, Israel intensificou operações militares contra grupos contrários à ocupação. Na Faixa de Gaza, o exército israelense busca eliminar o Hamas, que foi responsável pelo ataque de 7 de outubro, resultando em mais de 1.200 mortos, segundo o governo de Israel. Em resposta, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, relatou que mais de 40 mil palestinos morreram nos ataques israelenses. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, permanece escondido em túneis em Gaza, onde também estariam mantidos prisioneiros israelenses sequestrados pelo grupo.

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