10/20/2024 05:35:00 PM
Neste domingo (20/10), a vice-presidente Kamala Harris completa 60 anos e, em meio às comemorações, sua campanha aproveita a ocasião para destacar um contraste importante: ela é 18 anos mais jovem que Donald Trump. Nas últimas semanas da corrida presidencial de 2024, Harris e sua equipe têm questionado cada vez mais a capacidade física e mental do ex-presidente, destacando a idade e os comportamentos recentes de Trump como preocupações centrais.
“Ele está se tornando cada vez mais instável e desequilibrado, e isso exige uma resposta”, afirmou Harris a jornalistas em Detroit, no sábado. “O povo americano merece algo melhor do que alguém que parece realmente instável”, completou. A estratégia marca uma inversão dos ataques frequentes de Trump aos democratas, especialmente ao presidente Joe Biden, sobre questões de idade e competência. Agora, com Biden, de 81 anos, fora da disputa presidencial desde julho, a campanha democrata busca virar o jogo contra o candidato republicano de 78 anos.
Harris tem usado repetidamente sua idade como ponto de contraste, afirmando representar uma “nova geração de liderança”. Em entrevista à Fox News, na última quarta-feira, ela destacou que essa nova geração traz uma nova forma de pensar. Dois dias depois, reforçou essa mensagem em conversa com a NBC News.
Na sexta-feira, a campanha de Harris explorou um relatório do Politico sobre um suposto episódio em que Trump, devido à exaustão, recusou uma entrevista ao podcast “The Shade Room”. Embora a campanha de Trump tenha negado que o ex-presidente estivesse exausto, a equipe de Harris aproveitou o episódio para questionar sua aptidão para a presidência.
David Plouffe, assessor sênior de Harris, disse que, se Trump não está conseguindo lidar com a campanha por exaustão, isso levanta sérias dúvidas sobre sua capacidade de exercer a presidência. Em sintonia com essa estratégia, a campanha lançou um novo anúncio de TV na quinta-feira, descrevendo um possível segundo mandato de Trump como “mais desequilibrado, instável e descontrolado”.
Harris reforçou essas críticas na sexta-feira, durante um evento de campanha em Grand Rapids, Michigan, onde levantou a questão da aptidão de Trump para o cargo. Ela mencionou relatos de que sua equipe estaria alegando exaustão como justificativa para evitar aparições na mídia, sugerindo que, se Trump está cansado da campanha, ele não estaria pronto para assumir novamente a presidência.
Além disso, Harris destacou que ex-integrantes do governo Trump se opuseram publicamente à sua candidatura, trazendo mais combustível para a estratégia democrata de retratá-lo como inapto.
A discussão sobre a exaustão de Trump ganha força uma semana após a equipe de Harris divulgar um relatório médico detalhado sobre sua própria saúde. Na ocasião, Harris criticou Trump por não oferecer o mesmo nível de transparência sobre sua condição física.
Aliados importantes de Harris, como o governador de Minnesota, Tim Walz, também adotaram essa narrativa. Durante um evento de campanha em Pittsburgh, Walz mencionou um episódio recente em que Trump interrompeu abruptamente um encontro para tocar música, sugerindo que o ex-presidente não está mentalmente apto para o cargo. “Se fosse seu avô, você tiraria as chaves dele”, ironizou Walz.
O ex-presidente Barack Obama, durante um comício no Arizona na sexta-feira, seguiu o mesmo tom, criticando Trump por seus discursos confusos e repetidas referências ao vilão fictício Hannibal Lecter. “Você ficaria preocupado se seu avô estivesse agindo assim”, disse Obama, acrescentando que o comportamento de Trump é preocupante para alguém que busca retornar ao cargo mais poderoso do mundo.
Obama ainda mencionou a postura de Trump em relação ao ataque de 6 de janeiro ao Capitólio e suas declarações sobre fertilização in vitro, sugerindo que o ex-presidente está desconectado da realidade. “Imagine isso vindo de alguém que quer poder irrestrito”, concluiu Obama, reforçando a linha de ataque contra Trump.
A disputa pela Casa Branca em 2024, assim, se intensifica, com a campanha de Kamala Harris buscando colocar a aptidão física e mental de Donald Trump no centro do debate eleitoral.
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