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Edmundo González afirma que sua saída da Venezuela é temporária e pede apoio internacional à causa democrática

Líder opositor exilado pede apoio internacional para restaurar a democracia na Venezuela


O líder da oposição venezuelana, Edmundo González, afirmou nesta sexta-feira (04/10) que sua saída da Venezuela é temporária, mesmo diante de “pressões indescritíveis e ameaças extremas”. As declarações foram feitas durante o Fórum La Toja, um evento de debate político realizado na Espanha.

Em seu primeiro discurso público desde que deixou a Venezuela e chegou à Espanha, no início de setembro, González se apresentou como “presidente eleito” da Venezuela e “porta-voz” da diáspora venezuelana. O opositor destacou que pretende atuar para fortalecer a solidariedade da Espanha e de outros países europeus com a luta pela democracia em seu país.

Aproveitando a presença de figuras políticas como Alberto Núñez Feijóo, membro do Congresso espanhol, e Alfonso Rueda, presidente da Junta da Galiza, González apelou para que a Espanha e a comunidade internacional mantenham a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro. Segundo ele, é fundamental garantir que a soberania popular, expressa nas eleições de 28 de julho, seja respeitada.

Durante seu discurso, o ex-diplomata destacou a necessidade de a Venezuela recuperar “oportunidades perdidas”, mencionando não apenas a normalização das instituições democráticas, mas também a retomada da atividade econômica no país. Ele fez um pedido enfático à comunidade ibero-americana, solicitando apoio “energético e eficaz” para ajudar a Venezuela a voltar à normalidade institucional.

González agradeceu ao governo espanhol pelo apoio durante o que chamou de “o capítulo mais difícil e exigente” de sua vida pessoal, ressaltando a importância de poder se expressar livremente no país europeu. O opositor solicitou formalmente asilo político à Espanha, conforme anunciado nesta semana pelo ministro de Assuntos Exteriores, José Manuel Albares.

Crise eleitoral na Venezuela

A crise política na Venezuela se intensificou após as eleições presidenciais de 28 de julho, cujos resultados oficiais, divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), apontaram a vitória de Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos. No entanto, a oposição venezuelana, juntamente com grande parte da comunidade internacional, contesta os resultados, uma vez que as atas eleitorais detalhadas não foram divulgadas.

A oposição, liderada por Edmundo González, afirma ter em mãos atas obtidas por fiscais partidários que indicariam sua vitória com quase 70% dos votos. O governo de Maduro, por sua vez, acusa a oposição de falsificar 80% dos documentos, mas também não apresentou as atas oficiais para comprovação.

Além disso, o Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação contra González por suposta usurpação de funções do CNE ao divulgar as atas. Ele foi intimado três vezes para prestar depoimento, mas após a emissão de um mandado de prisão, o opositor buscou asilo na Espanha.

Organizações de Direitos Humanos relatam que desde o início do processo eleitoral, milhares de opositores foram presos, e pelo menos 24 pessoas morreram após as eleições de 28 de julho.

O governo de Nicolás Maduro, em ocasiões anteriores, negou qualquer coerção que tenha levado o opositor a deixar a Venezuela.

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