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Biden descarta apoio a ataque israelense contra instalações nucleares iranianas

Presidente dos EUA pede resposta proporcional de Israel após ataque iraniano


O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que seu governo não apoia um ataque israelense a instalações nucleares do Irã. “A resposta é não”, disse Biden ao ser questionado sobre a possibilidade de Israel retaliar as ações iranianas atingindo o programa nuclear do país. O comentário foi feito após o lançamento de mísseis iranianos contra Israel no dia 1º de outubro.

Biden destacou que os EUA irão discutir com os israelenses as opções de resposta ao ataque, acrescentando que todos os membros do G7 concordaram sobre a necessidade de Israel responder de forma proporcional. “O Irã está fora do curso”, afirmou o presidente, reiterando que novas sanções contra o país estão sendo consideradas.

Segundo autoridades americanas, tanto o Irã quanto o Hezbollah desejam evitar uma guerra total com Israel, embora tenham trocado hostilidades. Ainda assim, há receios de que Israel possa mirar diretamente as instalações nucleares iranianas. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett sugeriu que Israel deveria destruir o programa nuclear do Irã em retaliação, mas Teerã deixou claro que qualquer resposta levaria a uma escalada do conflito. “Essa operação foi apenas uma parte de nosso poder”, declarou o presidente iraniano Masoud Pezeshkian.

Especialistas acreditam que o gabinete do atual primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta pressões para considerar um ataque ao programa nuclear do Irã. Segundo Malcolm Davis, analista do Instituto Australiano de Política Estratégica, Israel não pode permitir que o Irã desenvolva armas nucleares, o que torna uma ação militar uma possibilidade real.

Biden também comentou sobre sua provável conversa com Netanyahu nos próximos dias. O último contato entre os dois líderes ocorreu em agosto, antes do aumento da tensão no Oriente Médio. Desde então, o conflito entre Israel e grupos como o Hezbollah e o Hamas tem se intensificado, com ofensivas em várias frentes, incluindo Líbano, Faixa de Gaza e Cisjordânia.

A recente escalada começou após um ataque de mísseis iranianos a Israel, que marca um novo estágio nos conflitos da região. Israel, apoiado pelos EUA, enfrenta o chamado “Eixo da Resistência”, que conta com grupos paramilitares financiados pelo Irã, como o Hezbollah, o Hamas e outras milícias na Síria, no Iêmen e no Iraque.

No Líbano, Israel iniciou uma operação terrestre limitada após matar Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, em um bombardeio. As Forças de Defesa de Israel afirmam ter desarticulado grande parte da cadeia de comando do Hezbollah em uma série de ataques, resultando na morte de centenas de pessoas.

Enquanto isso, na Faixa de Gaza, Israel intensifica a ofensiva contra o Hamas, após o ataque do grupo no dia 7 de outubro, que causou mais de 1.200 mortes. O contra-ataque israelense resultou em mais de 40 mil mortos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. O líder do grupo, Yahya Sinwar, continua escondido em túneis no território, onde civis israelenses sequestrados também estariam detidos.

O governo brasileiro, por sua vez, anunciou uma operação de repatriação de cidadãos no Líbano, após a morte de dois adolescentes brasileiros durante os ataques. O Itamaraty condenou a violência e apelou pelo fim das hostilidades.

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