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Maduro critica saída de líder opositor e insinua que María Corina Machado pode deixar o país

Maduro ironiza saída de Edmundo González e sugere que María Corina Machado também deixará o país


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou duramente o candidato da oposição Edmundo González Urrutia, que recentemente deixou o país rumo à Espanha. Durante um evento de campanha realizado no último sábado (28/09), Maduro ironizou a partida de González, chamando-o de “covarde” e afirmando que ele “fugiu” e “abandonou o próprio povo”. O presidente também sugeriu, sem fornecer detalhes ou provas, que a líder opositora María Corina Machado poderia estar se preparando para deixar a Venezuela.

No centro da polêmica estão as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho, cujos resultados foram amplamente contestados. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor, mas, até o momento, os dados completos da votação não foram apresentados para verificação, o que tem alimentado denúncias de fraude. A comunidade internacional tem feito apelos para que o processo seja esclarecido de forma transparente.

González Urrutia afirmou ter deixado a Venezuela após receber ameaças e pressões para reconhecer oficialmente os resultados das eleições, que foram posteriormente validados pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), uma instituição que, segundo críticos, é controlada pelo chavismo. O governo venezuelano nega as acusações de coação.

No evento em que celebrava sua reeleição, Maduro também atacou a oposição, que organizou manifestações em diversas partes do mundo no mesmo dia. Sem mencionar diretamente María Corina Machado, o presidente disse que ela “ficou sem abelhas”, em referência à ausência da líder opositora nas manifestações ocorridas em Caracas e outras cidades. Nos últimos dias, Machado afirmou estar “protegida” em meio à onda de detenções que se seguiu ao dia das eleições.

Maduro insinuou ainda que Machado estaria prestes a sair do país, comparando-a à personagem folclórica venezuelana “Sayona”.

Em uma mensagem gravada, divulgada em eventos da oposição, Machado declarou que o movimento de protesto entrou em uma nova fase, denominada “enxame”. Ela descreveu o momento como um de “repressão brutal”, mas ressaltou a importância de continuar organizados e protegidos. No sábado, houve manifestações em pequenos grupos de 10 a 20 pessoas, onde eram lidas em voz alta atas que, segundo a oposição, comprovam a vitória de González Urrutia. O governo venezuelano, no entanto, contesta esses registros, classificando-os como falsos, embora ainda não tenha apresentado seus próprios dados para refutá-los.

Machado reiterou que o objetivo dos protestos é “a liberdade” e que o movimento continuará buscando o menor risco para os participantes, com o máximo impacto. Após as eleições de julho, mais de 2.000 pessoas, incluindo menores de idade, foram detidas durante protestos massivos. O governo de Maduro afirmou, sem apresentar provas, que os manifestantes faziam parte de um complô internacional para desestabilizar o país.

Diversas missões internacionais, incluindo a da ONU, acusaram o governo venezuelano de cometer possíveis “crimes contra a humanidade” durante a repressão aos protestos, alegações que Caracas nega. Na última semana, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Iván Gil, defendeu os resultados eleitorais proclamados pelo CNE durante a Assembleia Geral da ONU, que contou com críticas de vários líderes internacionais, os quais classificaram o governo venezuelano como uma ditadura.

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